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Panorama Político | 1 de Agosto de 2025

1 de Agosto de 2025

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

NOVOS CAPÍTULOS FRENTE AO TARIFÁRIO

O governo dos Estados Unidos anunciou a aplicação de tarifas mais altas sobre produtos brasileiros, em especial do agronegócio e da indústria de base. A medida, conhecida como tarifaço, foi confirmada por decreto e provocou reações imediatas no Brasil. O Ministério da Fazenda iniciou tratativas para agendar uma reunião com representantes do Tesouro norte-americano, enquanto o tema passou a ser debatido também no Congresso Nacional e por entidades do setor produtivo.​

A expectativa é de que os efeitos sejam graduais, mas já há projeções de impacto no preço da carne e em outros produtos da cadeia de exportação. A medida traz preocupações com o aumento da inflação, a redução da competitividade de produtos brasileiros no exterior e possíveis repercussões no emprego e na arrecadação. As entidades representativas do comércio e da indústria alertam que o cenário exige atenção redobrada da equipe econômica.​

No campo político, há divergências sobre como o Brasil deve reagir. Alguns parlamentares defendem medidas de retaliação ou proteção setorial, enquanto outros avaliam que o caminho mais prudente é preservar o diálogo institucional com os Estados Unidos. No setor privado, a percepção também é dividida. Parte das empresas vê com preocupação a possibilidade de um conflito comercial mais amplo, enquanto outras cobram uma resposta firme do governo. ​

Nos próximos meses, o governo federal deverá acompanhar de perto a evolução do cenário e pode adotar medidas para mitigar os impactos internos. Entre as possibilidades estão a diversificação de mercados de exportação, incentivos à produção nacional e reforço nas negociações bilaterais. O desdobramento da situação dependerá do grau de articulação entre governo, Congresso e setor produtivo, bem como da sinalização dos Estados Unidos sobre eventuais flexibilizações ou contrapartidas comerciais.

TROCAS NA CÂMARA

A Câmara dos Deputados formalizou nesta semana a perda de mandato de sete parlamentares. As substituições seguem critérios regimentais e, na maioria dos casos, os suplentes são ex-deputados com experiência prévia na Casa. Os movimentos, apesar de pontuais, provocam ajustes em bancadas e blocos parlamentares, afetando correlação de forças em comissões e na composição de votações relevantes. Entre os nomes que retornam, há figuras próximas ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, o que acende alerta sobre reconfigurações de influência regional. ​

Além das substituições já efetivadas, outros casos continuam em análise. O deputado Eduardo Bolsonaro, por exemplo, pode ser alvo de processo por quebra de decoro parlamentar, com pressão do PT para que a Mesa Diretora da Câmara delibere sobre a admissibilidade do pedido. Paralelamente, há especulações sobre sua eventual nomeação para um cargo no governo de São Paulo como estratégia para evitar o avanço do processo de cassação. A articulação permanece em curso e ainda não há definição concreta. ​

No caso da deputada Carla Zambelli, o foco está em sua possível extradição, após determinação do ministro Alexandre de Moraes. A deputada encontra-se no exterior e, caso não retorne voluntariamente, poderá ter decretada sua perda de mandato por ausência prolongada. A situação envolve aspectos jurídicos e diplomáticos, exigindo atuação da Advocacia-Geral da União junto aos mecanismos internacionais. O cenário jurídico ainda é incerto, mas politicamente a pressão para afastamento tende a crescer.

A Câmara vive um momento de transição silenciosa, com trocas que pouco repercutem na opinião pública, mas alteram a dinâmica interna da Casa. A tendência é de maior controle da Mesa Diretora sobre o ritmo das possíveis cassações, evitando acirrar tensões com bancadas ideologicamente mobilizadas. Ao mesmo tempo, o Executivo e forças partidárias observam com atenção as substituições, pois delas podem emergir novos vetores de influência em votações estratégicas no segundo semestre legislativo.

MINISTROS FIRMES, PARTIDO EM DÚVIDA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se nesta semana com os ministros Juscelino Filho, Celso Sabino e Silvio Costa Filho, todos filiados ao União Brasil. O encontro ocorreu após críticas públicas do presidente nacional do partido, Antonio Rueda, à participação da sigla no governo federal. Na reunião, os ministros reafirmaram a Lula o interesse em permanecer na Esplanada, destacando o alinhamento institucional e o compromisso com as entregas das respectivas pastas. ​

A movimentação de Lula, ao chamar os ministros para uma conversa direta, teve como objetivo preservar a base de apoio no Congresso e evitar um esvaziamento político em meio a votações relevantes na Câmara e no Senado. Apesar da pressão pública da direção partidária, os ministros sinalizaram estabilidade no relacionamento com o Planalto. O gesto foi interpretado como uma tentativa do governo de separar a atuação individual dos ministros das disputas internas do partido. ​

Dentro do União Brasil, o cenário é de divisão. A cúpula partidária cobra maior autonomia e ameaça rever o apoio à administração federal, enquanto os ministros defendem a continuidade da aliança e destacam avanços nas políticas públicas conduzidas por suas pastas. Lula opta por preservar o apoio que possui na Esplanada, mesmo sem controle pleno da bancada no Legislativo. A estratégia busca garantir a governabilidade sem se envolver diretamente nas disputas internas da legenda. ​

A tendência é que o governo mantenha a atual composição ministerial no curto prazo, apostando na fidelidade individual dos ministros e em acordos pontuais com líderes parlamentares. A tensão entre o Palácio do Planalto e a direção do União Brasil deve persistir, mas não há, por ora, indicativos de mudança significativa na estrutura do governo. O equilíbrio se dará na medida em que os ministros mantiverem sua utilidade política e técnica, independentemente da posição adotada pelo partido como instituição.

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