Panorama Político | 11 de Novembro de 2022
Foto: Sérgio Lima/Poder360
O PROCESSO DE TRANSIÇÃO E O PROTAGONISMO DO FUTURO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA
O resultado das urnas eleitorais que definiu a vitória a Lula não fez cessar os embates e questionamentos sobre o processo de apuração das urnas eletrônicas. Entretanto, nesta segunda semana de novembro, o processo de transição de governo com a paulatina definição de sua equipe, promoveu amplos debates e reuniões de alinhamentos entre Alckmin e seus apoiadores.
Até então apagado da cena política nacional e de São Paulo, o futuro vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, tornou-se peça-chave para a vitória de Lula. Além de ter tido importante atuação durante a campanha à presidência da República junto a Lula, tem sido o principal articulador do novo governo como coordenador-geral do Comitê de Transição. Ao seu lado, conta com Gleisi Hoffmann como coordenadora política e Aloizio Mercadante como coordenador técnico. Superado o momento de transição e iniciado o novo governo, sua atuação deve ser de articulador entre os interesses do Executivo junto ao Legislativo. Embora haja a expectativa de uma atuação também junto aos Governadores dos estados. Lula já adiantou que seu vice não estará em nenhum ministério.
Alckmin divulgou os 31 grupos temáticos e seus coordenadores e coordenadoras do Comitê de Transição. Os GTs são das áreas de Agricultura, pecuária e abastecimento; Assistência social; Centro de governo; Cidades; Ciência, tecnologia e inovação; Comunicações; Cultura; Defesa; Desenvolvimento agrário; Desenvolvimento regional; Direitos humanos; Economia; Educação; Esporte; Igualdade racial; Indústria, comércio e serviços; Infraestrutura; Inteligência estratégica; Justiça e segurança pública; Meio ambiente; Minas e energia; Mulheres; Pesca; Planejamento, orçamento e gestão; Povos originários; Previdência social; Relações exteriores; Saúde; Trabalho; Transparência, integridade e controle; e Turismo.
No Conselho Político de Transição Governamental se destacam os nomes de aliados do PSOL, REDE e PCdoB, além de outros partidos que se aproximaram do novo governo, como o PSD, o Avante e o PROS. Simone Tebet (MDB/MS), senadora em final de mandato e que foi candidata à presidência, compõe o GT da Assistência Social e figura como um dos nomes cotados para o Ministério da Cidadania. No GT da Economia, se destacam nomes importantes da cena político-econômica das últimas décadas, como André Lara Resende, ex-presidente do BNDES e que ajudou a elaborar o Plano Real; Pérsio Arida, que também fez parte da equipe do Plano Real e atuou como presidente do BNDES e do Banco Central; Nelson Barbosa, ex-ministro do Planejamento e também da Fazenda durante o Governo Dilma; e Guilherme Mello, assessor econômico da campanha de Lula e coordenador do programa de pós-graduação em desenvolvimento econômico da Unicamp. O GT de Justiça e segurança pública, deve ser composto pelo recém-eleito senador pelo Maranhão e ex-governador do estado, Flávio Dino (PSB). O futuro senador, ora cotado para exercer o Ministério da Justiça, ora para compor a Corte do Supremo Tribunal Federal, é peça-chave para este terceiro mandato de Lula. Também se destaca nesse GT o senador Omar Aziz (PSD-AM), reeleito ao Senado e atual vice-líder do PSD na Casa. No GT da Saúde, além do deputado federal Alexandre Padilha ( PT/SP), ex-ministro da Saúde do governo Dilma e reeleito para o seu 4º mandato na Câmara, estão cotados os nomes de José Gomes Temporão e Arthur Chioro, que também atuaram como ministros da Saúde.
Os compromissos de parlamentares e partidos envolvidos no Comitê de Transição envolvem também expectativas sobre a composição da base aliada do próximo governo. Entretanto, Gleisi Hoffmann, presidente do PT e parte do Comitê de Transição, afirmou que o envolvimento no Comitê não garante promessas de cargos e priorização de pautas, 2023 será um novo ano.
A expectativa agora, também está sobre a definição dos futuros e futuras chefes dos ministérios do novo governo. Embora haja muitas especulações e diversos nomes já destacados, Lula afirmou que a definição ocorrerá somente após a viagem de Lula ao Egito, onde participa da COP 27, que se encerra no dia 18 de novembro.