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Panorama Político | 20 de Junho de 2025

20 de Junho de 2025

Foto: Bruno Spada/Agência Câmara

EM SEMANA TURBULENTA PARA O GOVERNO, LULA SE REÚNE COM AUTORIDADES GLOBAIS

A Câmara dos Deputados aprovou, por ampla maioria de 346 votos, a urgência do projeto que busca derrubar o decreto do governo Lula que aumentou a alíquota do IOF sobre operações cambiais. A votação contou com apoio expressivo da base governista e foi interpretada como uma reação clara ao estilo de decisão unilateral do Executivo em temas de impacto fiscal. A ausência de diálogo prévio com o Congresso gerou desconforto generalizado, levando a Casa a reafirmar sua centralidade no processo de formulação de políticas públicas.

O episódio aprofundou o impasse entre governo e Legislativo. Ao tentar compensar a desoneração da folha por meio do decreto, o Planalto apostou em uma saída tecnicamente defensável, mas politicamente mal calibrada. A Câmara, sob liderança do presidente Hugo Motta, demonstrou insatisfação com a articulação frágil, a lentidão nas entregas e a ausência de cortes mais claros nas despesas. A sinalização foi inequívoca: não se trata apenas do mérito do IOF, mas do modelo de relacionamento entre os Poderes.

Com a urgência aprovada, a proposta pode ser votada a qualquer momento no plenário e, se confirmada, seguirá para o Senado. O governo ainda tenta costurar um acordo para evitar nova derrota, mas o tempo político é curto. Sem uma resposta articulada e uma agenda de contrapartidas claras, o decreto corre sério risco de ser revogado até o início de julho, o que aprofundaria o desgaste e enfraqueceria a base de sustentação do Executivo em votações futuras.

DERRUBADA DE VETOS

O Congresso Nacional derrubou nesta semana oito vetos presidenciais, resgatando dispositivos de forte apelo político e social. Foram restabelecidas medidas como a pensão vitalícia para vítimas da síndrome congênita do zika vírus, a dispensa de perícia médica para aposentados por invalidez, trechos da LDO com impacto direto nas emendas parlamentares e partes da reforma tributária que tratam da conta de luz. A decisão, tomada com apoio de diversos campos políticos, sinaliza um Congresso disposto a reafirmar sua autonomia frente aos vetos tanto do governo Lula quanto do governo anterior, em um gesto de correção de rumos.

A derrubada amplia o desgaste na relação entre Executivo e Legislativo. O governo tentou preservar vetos com forte impacto fiscal, mas não conseguiu conter o avanço de um Parlamento incomodado com o ritmo da liberação de emendas e com a ausência de respostas mais concretas. Ao reverter medidas consideradas impopulares, inclusive com apoio de parlamentares da base, o Congresso demonstrou que não aceitará transferências de custo político sem contrapartida institucional clara.

A oposição explorou o episódio para pressionar o governo, mas o gesto majoritário revela uma insatisfação mais ampla. Os dispositivos retomados já têm força legal e exigirão do Executivo resposta orçamentária e política. Com 156 vetos ainda pendentes, a tendência é de continuidade das tensões nas próximas sessões, exigindo do Planalto uma reorganização da articulação e maior capacidade de escuta para evitar novas derrotas.

PARTICIPAÇÃO DE LULA NA CÚPULA DO G7

O presidente Lula participou da Cúpula do G7, no Canadá, como convidado especial e representante do Sul Global. Em sua fala, defendeu o fortalecimento do multilateralismo, cobrou maior protagonismo da ONU e destacou a COP30 como oportunidade de reposicionar o Brasil na pauta climática. Apesar de não integrar o grupo, Lula buscou projetar o país como interlocutor relevante na transição energética e na defesa da democracia, sendo citado positivamente na abertura do evento pelo primeiro-ministro canadense.

A participação, no entanto, evidenciou os limites da estratégia brasileira de inserção internacional. Lula tenta recuperar o protagonismo diplomático do Brasil, mas encontra obstáculos na dificuldade de articulação regional, nas ambiguidades frente a conflitos globais e na falta de propostas concretas para a reforma da governança mundial. O discurso ambicioso contrasta com a prática diplomática pouco coordenada, o que reduz o alcance efetivo da presença brasileira em fóruns estratégicos.

A recepção internacional combinou respeito institucional com certo ceticismo. Embora líderes estrangeiros reconheçam o papel do Brasil na agenda climática, setores da imprensa destacaram declarações deslocadas e a ausência de compromissos práticos mais consistentes. Nos próximos meses, a preparação da COP30 será o grande teste para que o governo converta presença simbólica em influência real, exigindo mais articulação, clareza estratégica e coerência entre política externa e agenda doméstica.

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