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Panorama Político | 23 de Setembro de 2022

23 de Setembro de 2022

Foto: Cristiane Agostine

EX-CANDIDATOS E CANDIDATAS À PRESIDÊNCIA MANIFESTAM APOIO À LULA

A menos de dez dias das eleições, as candidatas e os candidatos à presidência acentuam suas ações em viagens e encontros presenciais e em narrativas para deslegitimar a ofensiva de Lula, que busca definir a eleição já no primeiro turno.

A articulação pelo voto útil fez Lula, que está liderando as pesquisas de intenções de votos desde o início de sua campanha à presidência, articular um esforço para que indecisos e eleitores e eleitoras de Ciro Gomes e Simone Tebet o escolham para encerrar a disputa à presidência já no primeiro turno. Esta ação conta com a perspectiva de que os eleitores e eleitoras de Ciro, Tebet e Lula têm uma coisa em comum, a rejeição à reeleição de Bolsonaro.

Além da narrativa de “voto útil”, Lula envolveu políticos e políticas influentes e ex-candidatos e candidatas à presidência para formar uma aliança em favor de sua reeleição. O apoio de Marina Silva, atual candidata à deputada federal por São Paulo, promove uma agenda ambiental no plano de governo de Lula. A visibilidade da agenda ambiental a partir deste apoio foi vista como muito positiva por ambientalistas, por considerarem a questão ambiental ainda muito incipiente nas agendas das candidatas e candidatos à presidência. Rubens Ricupero, economista, diplomata e ex-ministro da Fazenda e do Meio Ambiente, elogiou a reaproximação de Lula e Marina Silva e considerou que a agenda ambiental terá mais destaque no novo governo de Lula a partir desta aliança.

Além de Marina Silva, manifestaram apoio à reeleição de Lula: Guilherme Boulos, que concorreu à presidência em 2018 pelo Psol, Luciana Genro, candidata à presidência em 2014 pelo Psol, Cristóvam Buarque, que esteve como candidato à presidência em 2006 pelo PDT, Fernando Haddad, candidato à presidência em 2018 pelo PT, Henrique Meirelles, que concorreu à presidência em 2018 pelo MDB, e João Vicente Goulart, candidato à presidência em 2018 pelo extinto PPL.

O apoio de Haddad e Boulos, anterior ao encontro com os ex-candidatos e candidatas à presidência, serviu para endossar a aliança entre PT e Psol, formando uma frente da esquerda contra a direita. Contudo, o apoio de Henrique Meirelles à candidatura de Lula foi o que ganhou mais destaque. Embora tenha sido presidente do Banco Central no governo Lula, sua atuação como Ministro da Fazenda do governo Temer, quando da aprovação da reforma trabalhista e do “teto dos gastos”, indicava que seria improvável uma manifestação pública e contundente em apoio a Lula nesta eleição.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que passou a faixa presidencial à Lula em seu primeiro mandato, manifestou em uma carta o “voto pró-democracia nas eleições”. Embora não tenha destacado um nome, a carta foi considerada uma defesa velada à reeleição de Lula ao afirmar que o voto deve ser para quem “defende o combate à pobreza e à desigualdade”.

André Janones, candidato a deputado federal pelo Avante em Minas Gerais e importante membro na campanha de Lula, considerou que a carta de FHC pode ter sido seu “último ato político”.

O PSDB, partido de FHC e aliado do MDB para a candidatura à presidência de Simone Tebet, respondeu à carta do ex-presidente tucano afirmando que existe um esforço grande para “lutar até o final” para eleger Tebet e Gabrilli, que “representam o melhor caminho para o Brasil”. Com críticas à campanha de Lula pelo “voto útil”, informou que o “primeiro turno é para votar no melhor. Útil é votar em quem a gente confia”.

A candidata à presidência Simone Tebet também se manifestou após a carta de FHC, destacando que foi uma manifestação contra Bolsonaro. “É mais contra um nome do que a favor de outro”.

A ofensiva contra a campanha pelo “voto útil” de Lula foi destacada nas últimas manifestações de Ciro Gomes e Simone Tebet. Tebet afirmou que, caso Lula seja eleito, “vai ser um Perón” e buscará se perpetuar no poder. A candidata destacou que a campanha pelo “voto útil” de Lula serve para “aniquilar as alternativas de voto”. Indicou também que um 2º turno entre Lula e Bolsonaro “é o pior dos mundos para o Brasil. Não vai ter paz”. Por fim, destacou que não há articulação para apoiar Lula em eventual segundo turno contra Bolsonaro.

Ciro Gomes afirmou que muitos eleitores e eleitoras que manifestaram o voto em Lula o fazem não por simpatia ao petista, mas para minar as chances de reeleição de Bolsonaro. Segundo o candidato, o Brasil está sofrendo com o “facismo de direita” e o “facismo de esquerda”. Em referência à esquerda, considera que o PT está “querendo simplificar de uma forma absolutamente dramática o debate, querendo nada mais, nada menos do que aniquilar alternativas. Isto é uma tragédia para um país que nem o Brasil”. Entretanto, seu próprio partido, o PDT, tem se manifestado a favor de Lula, com diversos diretórios aderindo à Lula e fazendo referência a Brizola, um dos fundadores do PDT e figura que apoiou a ascensão de Lula na vida política. O movimento recebeu o nome de “BrizoLula” para a defesa do “voto útil” em Lula e a definição das eleições presidenciais já no 1º turno. Além da pressão entre seus correligionários, Ciro Gomes também tem lidado com pressões externas, como uma carta aberta direcionada a ele em que diversos líderes da América Latina pedem que apoie Lula já no 1º turno.

O candidato à reeleição e atual presidente da República, Jair Bolsonaro, tem intensificado a narrativa do antipetismo como recurso para mitigar o “voto útil” em Lula. Além disso, como presidente, dispõe da máquina pública para valorizar seu atual mandato. Nesse sentido, o governo anunciou que irá comprar alimentos produzidos por pequenos agricultores e agricultoras e distribuir às camadas mais pobres da população. Nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, Bolsonaro conta com aliados que estão na disputa ao governo desses estados para diminuir a diferença nas intenções de votos contra o petista.

O início das campanhas presidenciais foi marcado pela definição de Bolsonaro como inimigo número um de todos. Entretanto, a estratégia do PT de buscar a decisão já no 1º turno ao defender o “voto útil” contra Bolsonaro fez com que Lula se tornasse o inimigo número um das campanhas de Ciro Gomes e Simone Tebet. Esse é o risco da campanha do “voto útil” em Lula: além de Bolsonaro, Ciro Gomes e Simone Tebet também estão focados contra sua campanha em um discurso uníssono e potencializado pelo antipetismo. No QG de Lula, a possibilidade de vitória no 1º turno é uma aposta que vale a pena.

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