Nesta semana, o Presidente da República Luís Inácio Lula da Silva teve alguns compromissos nacionais e internacionais de relevância. Em sua 1ª viagem internacional na presidência, com destino para a Argentina, a pauta principal de segunda-feira (23) foi a integração regional e a retomada do fortalecimento da relação do Brasil com países da América Latina. Em especial, destacou-se proposta para a criação de moeda comum entre Brasil e Argentina, que serviria apenas para transações comerciais entre os dois países.

No dia seguinte, terça-feira (24) foi realizada a VII Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), que marcou o retorno do Brasil como integrante do órgão. A Declaração de Buenos Aires, aprovada ao final do encontro, expressou alguns entendimentos conjuntos dos Estados Membros em uma série de temas, como a recuperação econômica pós-pandemia, segurança alimentar e energética, estratégia em saúde e cooperação em meio ambiente.

Já na quarta-feira (25), último dia de viagens internacionais de Lula, ele esteve em Montevidéu, Uruguai, para encontros com o presidente do país, Lacalle Pou, e o ex-presidente José Mujica. Além de destacar os seus esforços passados para o fortalecimento das relações regionais, em especial com o Uruguai, Lula também apontou pretensões de fortalecer a projeção da região nos seus relacionamentos com a União Europeia e a China. Ao destacar retrocessos recentes nos esforços de combate à fome no Brasil, Lula intitulou o ex-presidente Michel Temer de “golpista”, o que não foi bem recebido pelo emedebista.

Já em Brasília, nesta sexta-feira (27), Lula se encontrou no Palácio do Planalto com os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, para tratar de uma série de pautas que eles consideraram prioritárias para a atuação do governo federal neste momento. Entre elas, o principal tema abordado foi a queda na arrecadação do ICMS após alteração nas regras de tributação de produtos como combustíveis e energia elétrica. Na reunião, Lula prometeu relação harmônica com todos os governadores, independentemente de alinhamento político.

Enquanto Lula cumpria os seus compromissos internacionais, a semana foi também marcada por uma série de movimentações em torno das eleições para a Mesa Diretora das duas Casas do Congresso Nacional, que ocorrerá na semana que vem. Na Câmara dos Deputados, se consolida cada vez mais a força da candidatura do dep. Arthur Lira (PP/AL) para a reeleição, que conta com o apoio do PT, de importantes partidos do Centrão e até do PL. No lugar de se discutir candidaturas contrastantes, as negociações se dão sobre a ocupação da Mesa Diretora e nas Comissões Permanentes, e envolvem cargos, promessas políticas e até o reajuste de benefícios remuneratórios recebidos pelos parlamentares.

Já no Senado, o sen. Rodrigo Pacheco (PSD/MG) enfrenta mais dificuldades em face da candidatura de oposição lançada pelo sen. Rogério Marinho (PL/RN). Após acordo entre PL e Republicanos em relação aos cargos a serem ocupados na mesa da Câmara dos Deputados, os principais partidos da antiga base aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro – PL, PP e Republicanos – fecharam acordo para apoiarem Marinho na disputa. Ainda assim, o Pacheco deve ter, a princípio, mais votos que o seu opositor, inclusive por contar com o apoio do governo.