Panorama Político | 28 de Fevereiro de 2025

Foto: Hugo Barreto/Metropóles
CRISE DE POPULARIDADE, TROCA NA SAÚDE E A DISPUTA PELA ARTICULAÇÃO DO GOVERNO
Nesta semana, o governo federal deu continuidade à reforma ministerial, promovendo mudanças em pastas estratégicas. As alterações refletem a tentativa do presidente Lula de reposicionar sua equipe e reorganizar o núcleo político em meio a desafios de popularidade e governabilidade. À dança das cadeiras envolve articulações com o Congresso e disputas dentro da própria base aliada, evidenciando os movimentos para recompor o equilíbrio político.
LULA ANUNCIA A DEMISSÃO DE NÍSIA E INDICA PADILHA PARA A SAÚDE
Dando seguimento à reforma ministerial, iniciada com a substituição de Paulo Pimenta (PT/RS) na Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, o presidente Lula (PT) anunciou, nesta semana, a demissão de Nísia Trindade, que comanda o Ministério da Saúde desde o início do governo, em 2023. Nísia deixa a pasta após diversas tentativas de fritura por parte de partidos do Centrão nos últimos anos, quando foi defendida por Lula, que avaliava como bom e técnico o trabalho da ministra.
A mudança no quadro veio com a recente queda na popularidade do governo. Com isso, Lula viu a necessidade de uma mudança de perfil no Ministério da Saúde e chegou a sugerir que Nísia mudasse sua postura. O perfil técnico da ministra, frente à queda na aprovação do presidente e à má avaliação da pasta, foi insuficiente.
Apesar das tentativas do Centrão de assumir o Ministério da Saúde, Lula decidiu designar o ministro das Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha (PT/SP), para o comando da pasta, o que manterá a Saúde sob o comando do PT.
Como mencionado anteriormente, a substituição é uma tentativa de reverter a queda da popularidade do governo. O entendimento do presidente é que a liderança de Nísia na Saúde não gerou iniciativas que o governo poderia utilizar como vitrine. Sua substituição por um quadro do PT evidencia essa perspectiva.
A indicação de Padilha para a Saúde, apesar de ainda não oficializada, sem nomeação publicada no Diário Oficial da União, inicia a disputa pela SRI, protagonizada pelo Centrão e pelo PT, já que a pasta está, atualmente, sob a responsabilidade do petista. Entre os nomes mais cotados estão o deputado Isnaldo Bulhões (MDB/AL) e a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann (PT/PR).
Aliado de Hugo Motta (Republicanos/PB) e líder do MDB, Bulhões ganhou notoriedade recentemente por sua relatoria do PL 4614/2024 que, como parte do ajuste fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), em 2024, propunha uma série de alterações nas regras do salário mínimo e do Benefício de Prestação Continuada (BPC). O deputado, por sua proximidade com o atual presidente da Câmara e aprovado também pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (UNIÃO/AP), seria cogitado por Lula para promover uma aproximação com o Legislativo.
Já Gleisi Hoffmann, deputada federal que deixa a presidência do PT neste ano, é o principal nome defendido por aliados do partido. Contudo, os petistas admitem a possibilidade de indicação de um nome de um partido de centro para a pasta, desde que, após a reforma ministerial, seja mantida a quantidade de ministérios comandados pelo PT hoje. Além de Gleisi, aliados defendem os nomes dos líderes do governo na Câmara e no Senado, José Guimarães (PT/CE) e Jaques Wagner (PT/BA), respectivamente.
O PRONUNCIAMENTO DE LULA E A QUEDA DE
POPULARIDADE DO GOVERNO
Seguindo na tentativa de fortalecer iniciativas para recuperar a popularidade do governo, o presidente Lula fez um pronunciamento à nação nesta segunda-feira (24/02), no qual, em tom de campanha, destacou programas iniciados pelo governo no início do ano, como o pagamento do programa Pé- de-Meia, a ampliação do Farmácia Popular e o Pé-de-Meia para estudantes de licenciatura.
A queda nas taxas de aprovação deixou aliados em alerta, por ter enfraquecido bases de sustentação importantes no governo. Foi publicada na mídia, recentemente, uma pesquisa eleitoral realizada pela Genial/Quaest, que revelou um cenário ruim para Lula, inclusive em estados do Nordeste brasileiro, como Bahia e Pernambuco, essenciais para a vitória do presidente em 2022.
Após a semana morna no Congresso Nacional, a expectativa é que no Senado, com a instalação das Comissões na semana passada, a casa retorne aos trabalhos após o carnaval. Enquanto isso, os colegiados devem ser instalados na próxima semana na Câmara. Além disso, o governo deverá nomear, oficialmente, Padilha para o Ministério da Saúde, bem como anunciar quem o substituirá na SRI.
Entre em contato
Email: contato@maltaadvogados.com
Tel: +55 (61) 3033-6600 | (11) 4858-9711 | (41) 3891-0504
Passe o mouse

Tel: (61) 3033-6600 | (11) 4858-9711 |
(41) 3891-0504