Panorama Político | 3 de Fevereiro de 2023
Foto: Pedro França/Agência Senado
ELEIÇÕES NO CONGRESSO NACIONAL SÃO MARCADAS POR POLARIZAÇÃO ENTRE O GOVERNO E A OPOSIÇ ÃO
Aconteceu, nesta quarta-feira (1º), as eleições para as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, ocasião em que restou decidido que os atuais presidentes das Casas permanecerão no cargo para o biênio 2023-2024. Em disputa resolvida ainda no primeiro turno, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) foi reeleito por 49 votos para um novo mandato à frente do Senado, enquanto seu oponente, Rogério Marinho (PL-RN), recebeu 32 votos. Na Câmara, por sua vez, Arthur Lira (PP-AL) conquistou uma vitória bastante significativa, com o melhor resultado da história em uma eleição para a Mesa Diretora da Casa, com 464 votos.
Arthur Lira começou a congregar apoios desde novembro de 2022 e, além do seu partido, o PP, conseguiu antecipar os endossos do PL, partido do ex-Chefe do Executivo, Jair Bolsonaro, do União Brasil (que tem a 3ª maior bancada da Casa), do Republicanos, do Podemos e do PSC. Ademais, o PT e o PSB, partidos, respectivamente, de Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, oficializaram o apoio à reeleição de Lira. Por sua vez, no âmbito do Senado, Rodrigo Pacheco sempre contou com o apoio da maioria dos partidos, incluindo o PT, o MDB e o União Brasil — ainda que Rogério Marinho (PL-RN), candidato apoiado pelo ex-Presidente Jair Bolsonaro, tenha intensificado a busca por votos nos últimos dias, a reeleição confirmou as expectativas que havia no Congresso desde o início.
Com as vitórias de Pacheco e Lira vislumbra-se uma perspectiva de promoção do diálogo e harmonia entre os Poderes. O que se observa das eleições é a continuidade de um cenário político polarizado, contudo, espera-se que, a partir do apoio pragmático de Lula na recondução dos Presidentes do Senado e da Câmara, em grande medida, haja um ambiente profícuo à melhores condições de governabilidade.
Na quinta-feira (2), outro episodio movimentou a política brasileira: o Senador Marcos do Val (Podemos-ES) fez uma transmissão ao vivo (live) em suas redes sociais, ocasião em que afirmou que a revista “Veja” publicaria uma reportagem mostrando que o ex-Chefe do Executivo, Jair Bolsonaro, tentou coagi-lo a participar de uma operação que tentaria impedir a diplomação e a posse de Lula, presidente eleito. Horas depois, contudo, o Senador recuou sobre a declaração e afirmou que Bolsonaro, em verdade, teria apenas escutado o plano, que partira do ex-Deputado Federal Daniel Silveira. A despeito das várias versões apresentadas pelo Senador, o Ministro Alexandre de Moraes (STF) determinou a abertura de investigação contra Marcos do Val.