Panorama Político | 31 de Janeiro de 2025

Foto: Ricardo Stuckert / PR
GOVERNO MUDA COMUNICAÇÃO E SE PREPARA PARA ALTERAÇÕES NA ESPLANADA E CONGRESSO NACIONAL
O governo federal iniciou o ano com mudanças estratégicas, incluindo a substituição de Paulo Pimenta (PT/RS) por Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação Social. A mudança ocorre em meio a desafios na gestão da narrativa pública, especialmente diante da disseminação de desinformação e embates políticos, como a sanção da Reforma Tributária. A comunicação governamental vinha sendo criticada por aliados, que a consideravam um ponto fraco da gestão.
Sidônio Palmeira, responsável pela campanha eleitoral de Lula em 2022 e de Fernando Haddad em 2018, assumiu o cargo no início de janeiro. Sua nomeação marca o primeiro passo da aguardada reforma ministerial, que deve incluir mudanças nas pastas de Relações Institucionais, Defesa, Justiça e Desenvolvimento Social.
A crise em torno da portaria do Ministério da Fazenda sobre transações via PIX foi um dos primeiros desafios enfrentados por Palmeira. A medida previa que instituições financeiras informassem ao governo movimentações acima de R$ 5 mil, mas gerou forte reação nas redes sociais, com fake news sugerindo a criação de um imposto sobre o PIX. Um vídeo do deputado Nikolas Ferreira (PL/MG), impulsionado por uma ação coordenada pelo ex-marqueteiro de Jair Bolsonaro (PL), teve mais de 250 milhões de visualizações.
Atualmente, os dados já são fornecidos para movimentações a partir de R$ 2,5 mil, regra que será mantida com a revogação da portaria.
A rápida revogação da medida fortaleceu a posição de Palmeira, que venceu o embate interno contra Fernando Haddad, que defendia a manutenção da regra. Desde então, o novo secretário de comunicação tem participado de reuniões quase diárias com Lula, demonstrando sua crescente influência no governo.
Paralelamente, Lula sancionou a regulamentação da Reforma Tributária, que substitui diversos tributos federais pelo Imposto Seletivo (IS), Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), além de criar regimes diferenciados e cashback para famílias do CadÚnico.
O governo também se prepara para as eleições das Mesas Diretoras do Congresso Nacional, que ocorrerão em 1º de fevereiro. Para garantir influência no processo, liberou os ministros que possuem mandatos legislativos para participarem da disputa. As candidaturas de Hugo Motta (Republicanos/PB) para a Câmara e Davi Alcolumbre (União/AP) para o Senado estão praticamente confirmadas, enquanto as demais posições seguem indefinidas.
A mudança na estratégia de comunicação do governo já é perceptível, com um tom mais moderado e a priorização da divulgação das ações governamentais, evitando temas polêmicos. Esse direcionamento ficou claro na coletiva de imprensa de Lula em 30 de janeiro, na qual o presidente evitou responder sobre a atuação de Gabriel Galípolo no Banco Central e sobre as próximas fases da reforma ministerial.
Com a reforma ministerial em andamento e as eleições do Congresso no horizonte, o governo Lula busca equilibrar articulação política e gestão da imagem pública, enfrentando o desafio de conter a disseminação de desinformação e garantir estabilidade para avançar sua agenda.
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