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Panorama Político | 9 de Setembro de 2022

9 de Setembro de 2022

Foto: MarceloCamargo/AgênciaBrasil

O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL EM ANO ELEITORAL

Neste 7 de setembro, as celebrações do bicentenário da Independência do Brasil ocorreram em diversas cidades e capitais, como Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Contudo, os destaques não foram os ritos que envolvem as atuações de cívico-militares em desfiles e bandas, mas a agenda e os discursos das/os presidenciáveis.

O atual presidente da República, Jair Bolsonaro, participou das celebrações em duas cidades, Brasília e Rio de Janeiro. Em Brasília, os tradicionais desfiles de militares e da Esquadrilha da Fumaça contaram com a participação de Bolsonaro, que esteve bem próximo à população, com um discurso com forte tom eleitoral. Em vez de reiterar suas críticas às urnas eletrônicas, Bolsonaro fez recorrentes referências a Deus e a uma “luta do bem contra o mal” com sua famosa frase de campanha, “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. Fez também alusão às datas que marcaram o início da Ditadura Militar e do Estado Novo para destacar que “a história pode se repetir''.

Uma marca dos discursos de Jair Bolsonaro em seus discursos e manifestações públicas é seu tom prosaico com a utilização de xingamentos, o qual também esteve presente e foi destacado por ele: “Não sou muito bem-educado, falo palavrões, mas não sou ladrão”. A ausência nas comemorações cívicas dos representantes dos outros Poderes da República, Rodrigo Pacheco (PSD/MG), presidente do Senado e do Congresso; Arthur Lira (PP/AL), presidente da Câmara; e Luiz Fux, presidente do STF, mereceu a atenção de jornalistas.

Tanto em seu discurso em Brasília, como no Rio de Janeiro, alguns temas sobre sua gestão no Executivo foram relembrados: o Auxílio Brasil, o potencial da agricultura, o preço da gasolina, a gestão da pandemia e as críticas à ideologia de gênero, à legalização das drogas e ao aborto. A liberdade mereceu especial atenção: “Nosso objetivo? A liberdade eterna. Tenho certeza, mais que oxigênio, a nossa liberdade é essencial para a nossa vida”.

Em tom de campanha, sinalizou sua reeleição, remetendo também às reiteradas críticas contra o STF ao dizer “Esperem uma reeleição para vocês verem se todos não vão jogar dentro das quatro-linhas da Constituição”. Em seguida, citou um trecho bíblico: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.

A esquerda também foi lembrada ao se remeter a países da América como Venezuela, Argentina e Nicarágua, sempre em tom crítico e de anúncio de um tempo de insegurança e pobreza caso a esquerda seja vitoriosa nas eleições. Por fim, disse que “a vontade do povo se fará presente no próximo dia 2 de outubro”.

As candidatas e os candidatos à Presidência emitiram mensagens em referência à celebração, com duras críticas aos discursos do presidente e seu tom de campanha eleitoral.

O candidato à reeleição Lula disse que o “7 de setembro deveria ser um dia de amor e união pelo Brasil. Infelizmente, não é o que acontece hoje. Tenho fé que o Brasil irá reconquistar sua bandeira, soberania e democracia”, em alusão ao uso do verde e amarelo utilizados e definidos como as cores dos apoiadores do atual presidente. Acrescentou à publicação um vídeo em que mostra os “7 momentos em que Lula mostrou o que é ser um verdadeiro patriota. Ser patriota é respeitar o povo brasileiro”.

O candidato à presidência Ciro Gomes publicou a seguinte mensagem : “Viva o 7 de setembro! E que Deus nos abençoe para que nada nem ninguém sejam capazes de roubar a nossa paz e a nossa liberdade”. Afirmou, ainda, que o povo brasileiro merecia comemorar esta data “vivendo dias melhores” e que é necessária “a mais profunda esperança de que encontremos, juntos, um novo caminho”.

A candidata à presidência Simone Tebet afirmou que a Independência do Brasil “ainda é um sonho a ser atingido”. Disse que ainda é necessário ter garantia da cidadania, “comida na mesa, educação de qualidade, emprego, renda e lazer. Neste 7 de setembro, reafirmo nosso compromisso em reduzir as desigualdades, erradicar a miséria e acabar com a fome”.

A candidata à presidência Soraya Thronicke criticou os símbolos do Brasil e suas cores de forma eleitoreira pelo atual presidente. Em vídeo, afirmou que “não podemos admitir que sequestrem os nossos símbolos, e nossa esperança”. Vestida de amarelo, completou que “a cor significa prosperidade. Muito diferente do que a gente está vendo pelos 4 cantos do país, que é fome, desalento, desemprego e desespero. Pior do que o ódio, é o medo que estão tentando implantar em nós. Nada de medo. Vamos juntos, porque o Brasil é nosso, as cores são nossas”.

O receio de manifestações mais violentas fez com que os candidatos e candidatas se reservassem em manifestações em suas redes sociais. A presença massiva da população na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e em Copacabana, no Rio de Janeiro, foi superior à expectativa. Apoiadores e apoiadoras do atual presidente e de sua reeleição atenderam ao chamado de Bolsonaro para estarem presentes nos ritos da Independência.

Há pouco mais de vinte dias do primeiro turno da eleição, tornou-se impossível para todos os candidatos e candidatas se dissociarem do tom eleitoreiro e de campanha. Entretanto, o atual presidente foi acusado de usar recursos públicos para se autopromover como candidato à reeleição para a Presidência. Marco Aurélio Carvalho, do grupo Prerrogativas e da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, disse que “parece absolutamente inequívoco o uso da estrutura do Estado com objetivos políticos eleitorais (...). É um gasto enorme de recursos a favor de um projeto político”.

Partidos como PT, PV, União Brasil, PDT e Rede afirmaram que o presidente usou a máquina pública e um dia de festividades sobre o Brasil para se autopromover com manifestações eleitoreiras. E, por isso, devem entrar com uma Representação no TSE por abuso de poder econômico e político nos atos do Dia da Independência.

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